terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Arte. Série: Influências literárias miscelanicas. Parte 01


Para Hegel, a arte aparece como uma forma de socializar idéias, tornando-se acessíveis, ou seja, a arte passa a ser uma forma de comunicação.

Uma das finalidades da arte apontadas por Chauí (2009) refere-se a sua função pedagógica, no qual aparece com uma função “crítica social e política”, uma função de interpretar o presente e imaginar a sociedade futura. “A arte deve ser engajada ou comprometida, isto é, estar a serviço da emancipação do gênero humano, oferecendo-se como instrumento do esforço de libertação.”(CHAUÍ,2009, p. 287)

Para Fisher (2002,p.19) “[...]sua função concerne sempre ao homem[mulher] total, capacita o eu a identificar-se com a vida de outros, capacita-o a incorporar a si aquilo que ele não é, mas tem possibilidade de ser.” Para o referido autor, a arte vai deixando aos poucos o papel mágico para dar lugar a um papel de “[...]clarificação das relações sociais, ao papel de iluminação dos [seres humanos] em sociedades que se tornaram opacas, ao papel de ajudar o homem [mulher] a reconhecer e transformar a realidade social”

Segundo Duarte(2010), baseando-se nas idéias de Lukács, a arte possui a função social de produzir a “[...] desfetichização da realidade social e de fazer o receptor da obra artística deparar-se com o questionamento acerca do próprio núcleo humano de sua individualidade.”(DUARTE, 2010, p.4)

O fetichismo representa a relação na qual as coisas aparentam ter uma vontade independente dos indivíduos que a construíram, ou seja, os objetos parecem ter vontade própria. Gorender(1996) define o fetichismo como o processo no qual o indivíduo responsável pela criação passa a não poder mais controlá-la e, a partir de então, o seu destino “[...]

Lukács aponta como função social da arte e a sua potencialidade de (re) humanizar a realidade social, bem como de demonstrar que esta realidade é constantemente construída e reconstruída pelos próprios seres humanos. A arte tem, então, o poder de explicar que a realidade que está dada não é um fim em si mesma, não foi sempre desta ou daquela forma, sendo passível de modificações.

A arte pode, portanto, clarificar aos sujeitos o seu papel diante da realidade social, pois tem a faculdade de levá-los a compreender que são eles mesmo que a constroem e a modificam, de acordo com sua inserção na mesma.

A arte aparece com seu potencial humanizador permitindo um rompimento com a lógica fetichista e de reificação.

Através da arte, pode-se desvelar o que está velado, pode-se descobrir um mundo outro; é a potencialidade de sair de um mundo pronto e acabado, transcendendo sua dimensões, expondo-se, exprimindo-se, expressando-se, comunicando-se, podendo conhecer aquilo que ainda não foi conhecido, analisando sua realidade por outro ângulo, reconhecendo seu potencial criativo e, depois, retornando para o mundo real diferente, tendo então, a clareza de que se modificar, recriar, ressignificar aquilo que antes se tinha como pronto e acabado.

As artes “[...]recriam o mundo com palavras, sons, traços, cores, gestos, movimentos, formas, massas, volumes a realidade criada não está aquém nem além da obra, assim como não está na obra, mas é a própria obra de arte.”(CHAUÍ,2009, p.272)

A arte sozinha não mudará a sociedade, mas as suas potencialidades podem contribuir significativamente para este fim.

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Trabalho de Conclusão de Curso : A arte como mediação social e a prática profissional do Serviço Social. Tatyla Marques Barreto 2010, Ponta Grossa.

Trechos do item 2.1 A arte como forma de práxis

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